segunda-feira, 1 de novembro de 2010

MOVIMENTOS SOCIAIS

A análise dos movimentos sociais no Brasil revelam forte enfoque teórico oriundo do marxismo, sejam eles vinculados ao espaço urbano e/ou rural. Tais movimentos, quando se referiam ao espaço urbano possuíam um leque amplo de temáticas como por exemplo, as lutas por creches, por escola pública, por moradia, transporte, saúde, saneamento básico etc. Quanto ao espaço rural, a diversidade de temáticas expressou-se nos movimentos de bóias-frias (das regiões cafeeiras, citricultoras e canavieiras, principalmente), de posseiros, sem-terra, arrendatários e pequenos proprietários.

Cada um dos movimentos possuía uma reivindicação específica, no entanto, todos expressavam as contradições econômicas e sociais presentes na sociedade brasileira.

No início do século XX, era muito mais comum a existência de movimentos ligados ao rural, assim como movimentos que lutavam pela conquista do poder político. Em meados de 1950, os movimentos nos espaços rural e urbano adquiriram visibilidade através da realização de manifestações em espaços públicos (rodovias, praças, etc.). Os movimentos populares urbanos foram impulsionados pelas Sociedades Amigos de Bairro - SABs - e pelas Comunidades Eclesiais de Base - CEBs. Nos anos 1960 e 1970, mesmo diante de forte repressão policial, os movimentos não se calaram. Havia reivindicações por educação, moradia e pelo voto direto. Em 1980 destacaram-se as manifestações sociais conhecidas como "Diretas Já".

Em 1990, o MST e as ONGs tiveram destaque, ao lado de outros sujeitos coletivos, tais como os movimentos sindicais de professores.

Concomitante às ações coletivas que tocam nos problemas existentes no planeta (violência, por exemplo), há a presença de ações coletivas que denunciam a concentração de terra, ao mesmo tempo que apontam propostas para a geração de empregos no campo, a exemplo do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST); ações coletivas que denunciam o arrocho salarial (greve de professores e de operários de indústrias automobilísticas); ações coletivas que denunciam a depredação ambiental e a poluição dos rios e oceanos (lixo doméstico, acidentes com navios petroleiros, lixo industrial); ações coletivas que têm espaço urbano como locus para a visibilidade da denúncia, reivindicação ou proposição de alternativas.

As passeatas, manifestações em praça pública, difusão de mensagens via internet, ocupação de prédios públicos, greves, marchas entre outros, são características da ação de um movimento social. A ação em praça pública é o que dá visibilidade ao movimento social, principalmente quando este é focalizado pela mídia em geral. Os movimentos sociais são sinais de maturidade social que podem provocar impactos conjunturais e estruturais, em maior ou menor grau, dependendo de sua organização e das relações de forças estabelecidas com o Estado e com os demais atores coletivos de uma sociedade.


FONTE:www.geomundo.com.br/geografia
SUGESTÃO DE VÍDEO: HISTÓRIA DOS MOVIMENTOS SOCIAIS (YOUTUBE.COM)

quarta-feira, 29 de abril de 2009

Dia do Trabalho!!! 1º DE MAIO

TEXTO APLICADO AO 2º ANO

TEXTO I
Comemorado no dia 1º de maio, o Dia do Trabalho ou Dia do Trabalhador é uma data comemorativa usada para celebrar as conquistas dos trabalhadores ao longo da história. Nessa mesma data, em 1886, ocorreu uma grande manifestação de trabalhadores na cidade americana de Chicago. Milhares de trabalhadores protestavam contra as condições desumanas de trabalho e a enorme carga horária pela qual eram submetidos (13 horas diárias). A greve paralisou os Estados Unidos. No dia 3 de maio, houve vários confrontos dos manifestantes com a polícia. No dia seguinte, esses confrontos se intensificaram, resultando na morte de diversos manifestantes. As manifestações e os protestos realizados pelos trabalhadores ficaram conhecidos como a Revolta de Haymarket. Em 20 de junho de 1889, em Paris, a central sindical chamada Segunda Internacional instituiu o mesmo dia das manifestações como data máxima dos trabalhadores organizados, para assim, lutar pelas 8 horas de trabalho diário. Em 23 de abril de 1919, o senado francês ratificou a jornada de trabalho de 8 horas e proclamou o dia 1° de maio como feriado nacional. Após a França estabelecer o Dia do Trabalho, a Rússia foi o primeiro país a adotar a data comemorativa, em 1920. No Brasil, a data foi consolidada em 1925 no governo de Rodrigues Alves. Além disso, a partir do governo de Getúlio Vargas, as principais medidas de benefício ao trabalhador passaram a ser anunciadas nesta data. Atualmente, inúmeros países adotam o dia 1° de maio como o Dia do Trabalho, sendo considerado feriado em muitos deles.
Por Tiago Dantas
www.brasilescola.com

TEXTO II
CUT-SÃO PAULO Neste ano a comemoração será no autódromo de Interlagos – Zona Sul da capital, das 12h às 18h. O ato político está previsto para as 16h30. Simultaneamente, acontecerão grandes atos com shows populares em São Bernardo do Campo, Guarulhos e no Centro de Tradições Nordestinas – localizado na Zona Norte.
Programação:Interlagos: início às 12h00DanielPedro & ThiagoLeonardoGuilherme & SantiagoCésar Menotti Hino Nacional com João Carlos Martins e Orquestra Bachiana JovemCésar Menotti & FabianoBanda DomínioBeto & MárcioSó ModãoCia. Do CalypsoSaia RodadaMeninos de GoiásAndré & RenatoTradiçãoCésar & PaulinhoMate QuenteLeci Brandão
http://www.contee.org.br/

TEXTO III
Festas e protestos no Dia do Trabalho em Fortaleza
"Um dia para refletir sobre as conquistas e perdas do trabalhador. Conquistas como o direito a férias, 13° salário, e perdas como a redução de benefícios, baixas remunerações". A observação sobre o feriado de 1º de maio é do estudante Sidnei Custódio, 24, que atualmente está à procura de emprego. É nesse intuito, de celebrar e estimular a reflexão sobre a atual condição do trabalhador, que a Delegacia Regional do Trabalho (DRT) promoverá, em parceria com outros órgãos públicos e privados, uma série de ações, no evento "1° de maio, trabalho, ecologia e paz". As comemorações iniciaram-se ontem, com um torneio de xadrez na Praça do Ferreira, e prossegue hoje, tendo início às 8 horas com um passeio ciclístico saindo do Sesc, no Centro. A partir do meio-dia, começará a prestação de serviços na Praça do Ferreira, com aferição de pressão arterial, avaliação física, corte de cabelo, maquiagem, emissão de carteira de trabalho. No Sesc São Luiz, haverá, a partir das 14 horas, um ato solene, com homenagem ao jornalista Blanchard Girão, exibição do documentário Uma Verdade Inconveniente, além de sorteio de brindes. "Nosso objetivo é fazer uma festa diferente para o trabalhador, abordando temas como ecologia, paz. Queremos também lembrar o caráter histórico desta data, um dia de luta, de conquista dos trabalhadores que devem sempre lutar para melhorar as condições de trabalho", afirmou o delegado Regional do Trabalho, José Nunes Passos. Às 16 horas, a CUT promoverá um ato público na Praça do Ferreira, com a abordagem de duas temáticas centrais: Desenvolvimento com Distribuição de Renda e Valorização do Trabalhador e Contra a Emenda 3 (projeto no Congresso que prevê a transformação dos empregados em pessoas jurídicas nas relações de trabalho). No Instituto de Filosofia de Praxis (rua Padre Mororó, 952), a partir das 9 horas, o grupo Crítica Radical irá promover um debate e apresentará um vídeo abordado o tema "Libertar-se no Trabalho?. Do outro lado da cidade, no Conjunto Palmeiras, a Pastoral Operária da Igreja Católica, o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e demais movimentos sociais e populares realizarão um ato de protesto e reivindicações no Conjunto Palmeiras, a partir das 8 horas. A concentração será em frente à Escola Martha dos Martins, na Praça da Igreja do Conjunto Palmeiras, de onde os participantes sairão em caminhada pela avenida Castelo de Castro até a avenida Perimetral. O encerramento da manifestação será na feira do Conjunto São Cristóvão, com o testemunho de trabalhadores desempregados e apresentações artísticas.
O POVO - on-line

ATIVIDADE

APÓS A LEITURA DOS TEXTOS, FAÇA UM COMPARAÇÃO ENTRE ELES, PRODUZINDO UM COMENTÁRIO DE 10 LINHAS.

BOA LEITURA E BOM FERIADO!

quarta-feira, 22 de abril de 2009

A divisão do trabalho e a Indústria Moderna

A divisão do trabalho e a Indústria Moderna
Texto aplicado ao 2º ano

As classes dominantes sempre estiveram interessadas no recrutamento, na disciplina e na manutenção da força de trabalho. Isto é verdadeiro tanto para as sociedades capitalistas como para as sociedades feudais ou escravocratas. Embora nos dias de hoje o sistema salarial possa parecer estabilizado, possa parecer até uma instituição auto-regulada, isso deve-se a uma longa história de luta, durante a qual, a interacção de pressões econômicas e estatais foi forjando um proletariado dependente do salário para o seu próprio sustento. As formas mais severas de coerção aconteceram quando as relações capitalistas foram impostas nos territórios coloniais. Mas a formação de um proletariado industrial nas nações "civilizadas" também não foi um mar de rosas:
Devido à natureza da sociedade britânica do século XVIII, na qual surgiu o industrialismo moderno, devido à competitividade cruel imposta pelo mercado que o simples produtor tem de enfrentar, devido à alienação do trabalho que esta mudança de hábitos implica, e devido, acima de tudo, ao fato deles encararem os empregados como inimigos dentro do sistema distributivo de uma economia capitalista, o proletariado industrial moderno foi introduzido no seu papel, não tanto pela atração ou recompensa monetárias, mas mais por compulsão, força e medo. Não era permitido que se crescesse num jardim vibrante de sol; esse proletariado foi forjado a fogo pelos golpes poderosos de um martelo.... A relação típica é de domínio e medo, medo da fome, do despejo, da prisão para aqueles que desobedecerem às novas regras industriais. Até agora, a experiência de outros países num estágio semelhante de desenvolvimento não tem, no essencial, sido muito diferente. (Sidney Pollard, The Genesis of Modern Management [Baltimore, Maryland,: Penguin Books, 1968], 243)
A mudança para o sistema de trabalho assalariado alterou profundamente o modo de vida e o significado do trabalho para os antigos agricultores independentes e artesãos. No século XVII o trabalho para os assalariados na Inglaterra era visto como uma forma de escravatura. Não só eram muitas as fábricas construídas como asilos e prisões como também a disciplina laboral imposta nessas instalações pressupunha práticas prisionais. No período pre-industrial o tempo dedicado ao trabalho era determinado pela tarefa a ser executada e por condições naturais (o clima para os agricultores, as marés para os pescadores, etc). O trabalho, o lazer e as festas religiosas, foram interrelacionados, resultando daí uma ténue demarcação entre "trabalho" e "vida". *O sistema fabril, por outro lado, criou uma disciplina de trabalho completamente nova, onde o tempo e a tarefa passaram a ser rigidamente controlados por inspectores. O capitalismo acabou também por introduzir uma nova fase na divisão do trabalho. Para além de se ter verificado uma precoce divisão social do trabalho, o processo de produção foi ele próprio fragmentado. O extensivo uso da máquina, rotinizou os diferentes segmentos da produção à qual todo o trabalhador está ligado, transformando desta forma o trabalhador num apêndice da máquina que, tanto ele como ela, operam. Harry Braverman, Labor and Monopoly Capital (Nova Iorque: Monthly Review Press, 1974).


ATIVIDADE


BRASIL - terra que trabalha

A população brasileira é de 144 427 600
Menos os aposentados 22 236 521
Sobram 122 191 079
Menos os estudantes e as crianças 74 121 738
Sobram 48 069 341
menos os funcionários públicos 16 306 782
Sobram 31 762 559
Menos os líderes sindicais 1 482 434
Sobram 30 280 125
menos os marajás 4 756 201
Sobram 25 523 924
Menos os que foram para Portugal 3 295 231
Sobram 22 228 693
Menos os jogadores de futebol que foram para Itália 3 491
Sobram 22 225 202
Menos os que foram presos que deveriam estar soltos 11 936
Sobram 22 213 266
Menos os soltos que deveriam estar presos 5 352 091
Sobram 16 861 176
Menos os presos que deveriam continuar presos 7 584 212
Sobram 9 276 963
Menos os que não trabalham 2 018 597
Sobram 7 258 366
Menos os políticos 2 324 714
Sobram 4 933 652
Menos os parentes dos políticos 2 521 001
Sobram 2 412 651
Menos os amigos dos parentes dos políticos 2 412 649
Sobraram para trabalhar 2
VOCÊ E EU

E, francamente, vê se me dá uma mão, porque eu já estou cansado de levar esse país nas costas!!
( texto anônimo retirado de um pôster )

Responda:

1. Procure verificar nesse texto quantos preconceitos existem em relação a quem trabalha e quem não trabalha.
2. Faça uma relação das pessoas que ocupam cargos que você considera ociosos no Brasil.
3. O que você pensa sobre as seguintes frases: " O trabalho dignifica o homem" e "Quem trabalha não tem tempo para ganhar dinheiro"?

Fonte: Iniciação à Sociologia - Nelson Dacio Tomazi

quinta-feira, 26 de março de 2009

A Sociologia no Brasil

TEXTO APLICADO AO 3º ANO

Os estudos do pensamento sociológicos têm como base o processo das condições sócio-histórico do capitalismo na Europa a partir do Renascimento, o qual apresenta a “Sociologia” com objetos, conceitos e métodos próprios de analise.

No Brasil, o processo de sistematização do pensamento sociológico obedece às condições de desenvolvimento do capitalismo (refletindo, portanto, a situação colonial, a herança da cultura jesuítica e o lento processo de formação do Estado Nacional).

Cultura Colonial

· Implantação da cultura européia no Brasil promovida pelas ordens religiosas (jesuítas que exerceram por três séculos, monopólio sobre educação).
· Os jesuítas imbuídos de um espírito contra reformista introduziram um sistema misto de exploração do trabalho indígena combinado com o ensino religioso quase aniquilou a cultura nativa.
· A catequese e a evangelização foram um importante instrumento de colonização.
· A forma de cultura tratou de subordinar a colônia (Brasil) dos interesses de Portugal e da Igreja.
· Implantou uma cultura sob base religiosa e de pouco pragmatismo retardando a forma de pensar cientifica.
· A cultura religiosa trouxe como reflexões e efeito a aculturação indígena e a submissão da população escrava.
Havia uma destruição dinástica entre camadas cultas aqueles que se dedicavam ao saber e aqueles responsáveis pelo trabalho braçal (saber intelectual e não cientifico) lembrando que a maior parte da população era escrava.

A Cultura e as Classes Intermediarias no Século XVIII

· No século XVIII, a mineração provocou um aumento radical de urbanização, o desenvolvimento comercial e de exportação, fatores que alteraram a sociedade colonial (dividida em dois grandes grupos _donos de terras e escravos, índios).
· No período de mineração e composição da população mudou, a população livre mais numerada que escrava.
· Essa camada livre e sem propriedades torna –se consumidora da cultura européia (francesa) buscando criar uma identidade nova que a difere dos escravos incultos como da Elite Colonial Conservadora.
· O grupo emergente (livre) contou com as ordens religiosa (seminário de marianas 1750 em Minas Gerais o qual era progressista e se encarregou de formar profissionais entre):
- padres
- funcionários civis
- militares e comerciantes

· Houve destaque nas artes e na musica onde vários compositores se destacaram, apenas no campo cientifico a produção era mínima.

A Cultura da Corte e o Século XIX

A corte joanina foi transferida para o Brasil em 1808 introduzindo na colônia a cultura portuguesa da época, resultante da influencia do humanismo francês.
· - Houve criação de Academia de Belas Artes
- Fundação da Imprensa
-Lançamento da primeira biblioteca e dos primeiros
cursos superiores romperam em parte com a cultura escolástica.
Intelectuais dispostos a servir a Corte e as classes dominantes apesar de um conhecimento mais voltado a praticidade continuava uma cultura alienada ditada pelas normas européias.
· O diploma concorria com o titulo de proprietários de terras formando um grupo de letrados portadores de um conhecimento jurídico e descritivo, sem qualquer conteúdo critico (exercido por professores, jornalistas e funcionários públicos).
· A sociedade começava a ser um objeto de analise na produção intelectual e artística, isso acontecia segundo preceitos estrangeiros e não sob olhar de entender nome povo (escritores como Aluisio Azevedo, Tobias Barretos, Rui Barbosa, despontavam e faziam criticas a sociedade).


O Advento da Burguesia

A formação da burguesia nacional e o desenvolvimento da atividade comercial e de exportação revolucionaram o modo de pensar no Brasil.
· A nova classe necessita de um saber mais pragmatico capaz de transformar colônia em uma nação capitalista.
· Para combater a oligarquia agrária era preciso instruir e emancipar as camadas populares de maneira a desenvolver necessidades e atitudes políticas.
· Verifica-se uma tentativa de ruptura com a herança cultural do passado, procura combater o analfabetismo, criar sentimento de patriotismo (que levasse a mudanças reais da sociedade)
E homogeneizar os valores e o discurso
· Procurava repudiar todo traço do colonialismo e importação cultura.
· O nacionalismo expressava o desejo de se conhecer realmente a nação e de conclamar as diversas classes sociais e exercer seu papel transformador da realidade.
· Esse movimento revolucionário da sociedade e da cultura reorientou o pensamento social, traduzido nos estudos históricos, na critica literária ou na analise já de dddddd sociológico.
· Nas primeiras décadas do século XX (o movimento modernista nas artes, na literatura, fundação do partido comunista, movimento-tenentista, é coluna Prestes que lutava pela moralização e modernização do sistema político brasileiro, propondo o fim da política café com leite. Essas idéias encontraram ampla repercussão nas camadas medias urbana).
· Podemos dizer que desde o final do século XIX existiu no Brasil uma forma de pensamento sociológico desenvolvido por Euclides Cunha.


A Geração de 1930

· O pensamento sociológico desponta na década de 1930 com o questionamento do Brasil verdadeiro em oposição ao Brasil colonizado e estudado sob a visão européia.
· Desenvolvimento do nacionalismo com o sentimento de unir as diversas camadas sociais em torno de questões internas com intuito de proteger a economia nacional.
· A valorização do cientificismo como forma de conhecer e explicar a nação.
· Nesse período destaca os intelectuais Caio Prado Junior, Gilberto Freire, Sergio Buarque de Holanda e Fernando de Azevedo.
· Fundação da escola livre de Sociologia e Política Ciências e Letras de São Paulo.


Institucionalização do Ensino e
Divulgação da sociologia

· Com a mudança da estrutura econômica (de agrária para industrialização) impulsionou o surgimento de diversas profissões devido a redefinição da divisão
social do trabalho.

· Os antigos bacharéis de direito, engenharia e medicina com conhecimentos gerais de ciências sociais e humanas foram encaminhadas para o funcionalismo publico.
· O desenvolvimento das ciências social foi dificultado devido a relação que mantinha com a formação de quadros para o serviço publico.
· Procurou iniciar o estudo sistemático da sociologia, opondo-se ao caráter genérico de “humanidade” que adquiriu na formação de engenheiros médicos, advogados, bem como diferenciar esse conhecimento e pragmatismo, daquele apropriado pelo Estado.
· Esta definição foi primordial para formação de um grupo de sociólogos que passará a desenvolver suas pequenas no fim da década de 1940 com Florestan Fernandes, Maria Isaura Pereira de Queiroz, Antonio Candido de Mello, Souza e outros.


O Integralismo e a Intelectualidade de Direito

· O movimento de 1930 não fez surgir apenas pensadores de influencia de esquerda (critica ao sentido), mas também os de direita.
· O principal fundador dessa corrente foi Plínio Salgado que ira com desconfiança o movimento modernizador da sociedade.
· Suas idéias conservadoras exaltavam a ordem, a disciplina e a tradição bem como autoritarismo do Estado.



A década de 1940

· Após a 2ªguerra acontece a busca para estabilização da economia e o avanço da industrialização dos países chamado de 3º mundo
· A industrialização transformou as relações entre classes , entre regiões (Processava-se a aceleração no êxodo rural e o trabalho agrícola perdia sua importância com relação a indústria)
· Nesse processo de mudança ocorria inúmeros conflitos , e o pensamento sociológico procurava dar conta da transformação (conflitos de raças, condições do imigrante e migrante nacional)
· A preocupação sociológica pós 2ª guerra era o despertar da consciência e o resgate das raízes e origens das tradições do país ameaçados de se perderem no confronto Brasil industrial
· O pensamento sociológico em 1940 tinha o objetivo de pensar a nação brasileira e desenvolvendo a consciência crítica sobre a realidade da nação (análise sobre desigualdade sociais, étnicas , políticas , regionalismo, tradições )
· Os pesquisadores brasileiros se interessavam por aquilo que nos aproximava da Europa e os europeus , ao contrário, dedicavam-se ao estudo daquilo que nos afastava deles

A década de 1950

· A sociologia brasileira volta-se para si mesma , passa a se dedicar a questões próprias e distanciada dos problemas focados pelos países desenvolvidos
· A década de 1950 é marcada por dois grandes pensadores : Florestan Fernandes e Celso Furtado


Período de 1964

· Ciências sociais foram responsáveis pela elaboração de teorias que denunciavam desigualdades sociais , as relações de domínio e opressão
· Responsável também pelo desenvolvimento de um saber crítico e revelador dos conflitos sociais (herança do pensamento francês)
· Os estudos buscavam a conscientização da população e a luta pelo desenvolvimento de formas mais democráticas e igualitária de vida social desde os estudos voltados para ação sindical até os que procuravam introduzir mudanças na Educação
· A sociologia refletia a opção por uma ideologia revolucionária tendo em vista a dependência do Brasil em relação ao imperialismo norte americano (permitindo assim que as críticas de cientistas e intelectuais ultrapassassem os muros das universidades)
· Em 1964 , com a ditadura, a sociologia sofreu um duro golpe , ocorre o choque entre regime militar e estudantes (manifestações , ocupações de prédios , passeatas , espancamento, prisões, mortes)
· Em 1968 , com a implantação legal da ditadura , nomes ligados a sociologia no Brasil foram aposentados e impedidos de lecionar e muitos foram exilados

Ciências Sociais após 1964

· Durante o regime militar , alguns intelectuais afastados continuaram trabalhando no exterior
· 1980 : com a abertura política surge novos partidos e os intelectuais deixam a cátedra e ingressa na política

Fonte: Cristina Costa

ATIVIDADE

A Sociologia no Brasil

Os estudos do pensamento sociológicos têm como base o processo das condições sócio-histórico do capitalismo na Europa a partir do Renascimento, o qual apresenta a “Sociologia” com objetos, conceitos e métodos próprios de analise.

1.No Brasil, o processo de sistematização do pensamento sociológico obedece a que condições?

Cultura Colonial

2.Quem foi responsável pela implantação da cultura Européia no Brasil?
3.Quais as conseqüências da cultura européia sobre a cultura dos povos nativos brasileiros?
4.Quais foram os principais instrumentos de colonização utilizados pelos Jesuítas?
5.Essa forma de cultura religiosa, exerceu influência na colônia? Quais?

A Cultura e as Classes Intermediarias no Século XVIII

6.Que influências e alterações existiram no século XVIII, com a mineração?
7.Que mudanças aconteceram na composição da população?
8.Quem formava o grupo chamado de emergente ( livre) e quais suas características? Em que se destacaram?

A Cultura da Corte e o Século XIX

O Embarque e a Viagem da Corte
A hesitação de D. João em cumprir as determinações de Napoleão fez com que se viesse com o Exército francês praticamente às suas costas. Sem saída, embarcou para o Brasil com toda a família real e a Corte, cerca de 10 mil pessoas da aristocracia, além de trazer todo o Tesouro português. Este embarque, realizado às pressas, como uma fuga, apenas um dia antes de as tropas napoleônicas ocuparem Lisboa, tirou a grandeza da idéia da transferência da Corte.

9.Que mudanças ocorreram com a vinda da corte portuguesa para o brasil?


O Advento da Burguesia

10.Como a classe burguesa influenciou o modo de pensar no Brasil no século XIX?
11.Como se combateu a oligarquia no período colonial?
12.Como se expressava o nacionalismo Brasileiro?
13.O que foi o movimento modernista Brasileiro?


A Geração de 1930

14.Quando tem início o pensamento sociológico no Brasil ? Por que?
15.Comente o nacionalismo Brasileiro na década de 30.
·
Institucionalização do Ensino e
Divulgação da sociologia

16.O que ocorreu com a mudança da estrutura econômica (de agrária para industrialização) no Brasil?
17. O funcionalismo publico brasileiro foi composto por vários profissionais, cite-os.
18. Por que o desenvolvimento das ciências social foi dificultado?
19.Que fator foi primordial para formação de um grupo de sociólogos que passou a desenvolver pequenas no fim da década de 1940?
20.Como se caracterizou o Integralismo e a Intelectualidade de Direito no Brasil, na década de 30? E quem foi seu principal fundador?



A década de 1940

21.Quais as conseqüências da industrialização no Brasil pós 2º guerra mundial?
· 22.Qual a preocupação e pensamento da sociologia na pós guerra?

A década de 1950

· 23. Qual a característica da sociologia brasileira nessa década?
· 24.A década de 1950 é marcada por dois grandes pensadores : Quem são eles?

Período de 1964

25.Qual o papel das ciências sociais na década de 60?
· 26.Qual opção relevante demonstrava a sociologia no período 1964?
· 27.Como a ditadura militar influenciou a sociologia?

· Ciências Sociais após 1964

· 28.Cite uma característica das ciências Sociais,do período pós-64.

Bons estudos!!!!

quarta-feira, 11 de março de 2009

A caverna de Platão e a nossa Sociedade TEXTO 03

TEXTO APLICADO AO 1ºANO

A metáfora narrada por Platão ( Filosófo Grego ) em "A República", cheia de mitos, foi criada para compreendermos a realidade em que a humanidade se encontra, ou seja, estamos sujeitos às sombras e vê-las como a verdade.
Em seu livro ele relata um grupo de pessoas que vivem no fundo de uma caverna, onde todos foram presos na infância, imobilizados por correntes, sentados de costas para a entrada da caverna, sem poder se moverem olhando sempre para o fundo da caverna.
Assim como a sociedade atual, o povo do "subterrâneo" tem a sua existência dominada pela ignorância, se contentando com a luz projetada nos objetos, que formam sombras que surgem e desaparecem diante de seus olhos. As pessoas precisam sair da caverna para chegar a um conhecimento superior, abrindo a mente para novas experiências, para novos horizontes, podendo assim crescer interiormente e politicamente.
Mas com isso Platão nos mostra como é difícil e doloroso chegarmos ao conhecimento, se formos libertados e arrastados para longe de nossas cavernas, nos sendo obrigado a percorrer caminhos indefinidos, para romper a ignorância. Em primeiro instante a luminosidade não nos permitira enxergar nada, nesse instante não iríamos conseguir capturar nada em sua totalidade, a princípio, entenderíamos as sombras, porém com a persistência, finalmente poderemos ver os objetos em sua totalidade, com perfis definidos, conseguindo distinguir os próprios seres.
Mas esta nova etapa não consiste apenas em descobrir, mas ir à busca de algo superior, como contemplar idéias que regem as sociedades, conhecendo a verdade e reunindo a inteligência, a moral e a lógica.
Assim logo compreenderíamos que as sombras, as quais estamos acostumados, são as coisas que consideramos reais, e que a luz são as idéias verdadeiras, o conhecimento verdadeiro. Assim notamos a passagem da ignorância para a opinião e depois para o conhecimento. Podendo contemplar as idéias, tornando-se apto para descobrir que a luz representa a razão.
Então quando voltamos para a caverna, nossos antigos companheiros que continuaram na escuridão da caverna, zombariam de nossas idéias, pois imaginam que o mundo que conhecem é o único mundo verdadeiro e o pior, não querem se livrar dele, isso porque estão presos a um método incorreto de ver a realidade e só conhecem aquele mundo. Imaginam essa pessoa como um egocêntrico, um extravagante, ou um doido como foram considerados a maioria dos pensadores.
Que lhe aconteceria nesse retorno? Os demais prisioneiros tentariam ridicularizá-lo, não acreditariam nas suas palavras e, se não conseguissem silenciá-lo com os seus gracejos, tentariam fazê-lo espancando-o e, se mesmo assim, ele teimasse em afirmar o que viu e os convidasse a sair da caverna, certamente acabariam por matá-lo. Mas, quem sabe, alguns poderiam ouvi-lo e, contra a vontade dos demais, também decidissem sair da caverna rumo à realidade.O que é a caverna? O mundo em que vivemos. Que são as sombras das estatuetas? As coisas materiais e sensoriais que percebemos. Quem é o prisioneiro que se liberta e sai da caverna? O homem usando sua razão. O que é a luz exterior do sol? A luz da verdade. O que é o mundo exterior? O mundo das ideias verdadeiras ou da verdadeira realidade. Qual o instrumento que liberta o homem e com o qual ele deseja libertar os outros prisioneiros? A interrogação. O que é a visão do mundo real iluminado? A reflexão. Por que é que os prisioneiros ridicularizam, espancam e matam o filósofo (Platão está a referir-se à condenação de Sócrates à morte pela assembleia ateniense?)? Porque imaginam que o mundo sensível ( guiado pelos sentimentos, pelos sentidos ) é o mundo real e o único verdadeiro.


Bibliografia:

Platão, A Republica. Supervisão editorial Jair Lot Vieira. Bauru - 2001
Chalita, Gabriel. Vivendo a Filosofia - Filosofia antiga 1. São Paulo - Minden - 1998
Chauí, Marilena. Adaptado.

Atividade

Baseado na leitura do texto, responda:

1. Podemos relacionar Senso comum e ciência no texto? Explique sua resposta.
2. A quem o podemos associar em nossa realidade, o que no texto foram chamados de pessoas acorrentadas, ou povo subterrâneo?
3. Analisando a metáfora de Platão, o seria a caverna na nossa sociedade?
4.O que a luminosidade representa no texto?
5. "As sombras" relatados no texto, são a representação do senso comum ou da ciência? Explique.
6. Percebemos na leitura do texto que há um certo receio no retorno a caverna. Explique.
7. O texto nos revela uma resistência por parte dos acorrentados. Explique.

Boa Leitura, boa reflexão, bons frutos!

A Sociologia: um conhecimento de todos

TEXTO APLICADO AO 3° ANO
A Sociologia: um conhecimento de todos (texto 01)

Desde o século XIX, quando a sociologia foi criada ou reconhecida como campo de conhecimento explorável pelo procedimento científico, até a atualidade, inúmeros estudos se desenvolveram. Como nas demais ciências, estabeleceu-se uma comunicação permanente entre pesquisadores, permitindo um acúmulo de princípios e informações de modo a submeter as teorias a comprovação, questionamento, revisão.
Criou-se também um jargão científico, isto é, um vocabulário próprio com conceitos que designam aspectos precisos da vida social. De tal forma se alastraram os resultados das pesquisas sociológicas que, hoje, boa parte desse vocabulário faz parte da vida cotidiana. Palavras e expressões como contexto social, movimentos sociais, classes, estratos, camadas, conflito social, são usadas no dia-a-dia das pessoas e profusamente veiculadas pelos meios de comunicação de massa.
Nos discursos políticos, referências às “classes dominantes”, às “pressões sociais” emergem como se fossem de domínio público, como se todos, políticos e eleitores, soubessem exatamente o que elas designam.
As pesquisas de opinião de qualquer tipo veiculam os resultados de procedimentos metodológicos amplamente usados nas pesquisas científicas, e os leitores percebem de maneira mais ou menos geral seu significado. Quando se diz que um governante conta com o apoio de 60% da população de uma cidade, por exemplo, as pessoas entendem que um grupo de pesquisadores empreendeu uma pesquisa que argüiu um número delimitado de cidadãos a respeito da gestão desse governante e que esses cidadãos expressaram sua opinião. Compreendem que, de cada 100 pessoas argüidas, 60 manifestaram-se favoráveis às medidas tomadas pelo governante.
E, quando se diz, após algum tempo, que a popularidade desse governante cresceu 10%, sabemos que nova pesquisa foi feita nos mesmos moldes da anterior e, de cada 100 cidadãos, agora são 70 que se mostraram favoráveis à atuação governamental.
Esse simples raciocínio, utilizado não só nas pesquisas de caráter político mas em quaisquer outras que pretendem verificar a adesão das pessoas a certas idéias — ou a freqüência a espetáculos, ou o número de espectadores de um programa de televisão —, decorre da aceitação generalizada dos conhecimentos básicos da sociologia.
Isso ocorre porque foi possível constatar e verificar uma regularidade nos fatos sociais. Essa regularidade responde às leis da vida social e essas leis científicas são passíveis de serem observadas e apreendidas. Disso resulta que é também possível prever (o que é diferente de adivinhar) com certa margem de acerto os possíveis eventos futuros de uma determinada sociedade. Abre-se, então, a possibilidade de se poder intervir conscientemente nos processos, tanto para reforçá-los como para negá-los, dependendo dos interesses em jogo.
Queremos deixar claro que o leitor de uma pesquisa de opinião, mesmo desconhecendo a sua metodologia, sabe que existem meios mais ou menos eficazes de se desvendar o comportamento, o gosto e a opinião de uma população pela investigação de uma amostra, isto é, de uma parte escolhida dessa população. O leitor intui a existência de uma regularidade nesses comportamentos e opiniões; reconhece que, por trás da diversidade entre as pessoas, existe certa padronização nas suas formas de agir e pensar, de acordo com o sexo, a idade, a nacionalidade etc.
Quando lemos em uma notícia ou artigo que Maria, 35 anos, casada, dona-de-casa, brasileira, votará em determinado candidato, não estamos tomando conhecimento apenas da opinião de uma pessoa isolada, mas do grupo de pessoas do qual Maria é o protótipo: o das mulheres de idade mediana, donas-de-casa, casadas e brasileiras.
Portanto, os conhecimentos de sociologia hoje já não estão restritos ao uso dos cientistas sociais. Eles fazem parte de um modo de perceber e interpretar os acontecimentos formado pela disseminação dos procedimentos e técnicas de pesquisa social.
Hoje manifesta-se confiança nessa forma de conhecer a realidade, do mesmo modo como se confia em um termômetro para constatar a temperatura do corpo.
Mesmo que o público desconheça todos os procedimentos de amostragem e de levantamento de dados, assim como pode desconhecer a técnica utilizada na fabricação de um termômetro, já confia nas informações das pesquisas, o que demonstra a utilidade e a popularidade da sociologia. Hoje é mais freqüente comprovar uma afirmação qualquer por meio de dados de pesquisa do que pela mera importância conferida à pessoa que a declara. Houve tempo em que o prestígio e a autoridade pessoais bastavam para assegurar a credibilidade do público. Hoje se requer comprovação. Atualmente, quando se diz, por exemplo, que “os brasileiros são contra a pena de morte”, logo se questiona sobre as bases em que se assenta tal afirmação. Muito mais convincente, nesse caso, é uma manchete de jornal que diga: “75% dos brasileiros são contra a pena de morte”.

A utilidade da Sociologia nos diversos campos da atividade humana: ( texto 02 )

Assim como o leitor, o ouvinte e o espectador de televisão sabem que existem técnicas relativamente eficazes para entender o comportamento social, profissionais das mais diversas áreas também não ignoram a utilidade da sociologia.
Para empreender uma campanha publicitária, para lançar um produto ou um candidato político, para abrir uma loja ou construir um prédio, os profissionais especializados — o engenheiro, o agrônomo, o comerciante — procuram dados sobre o comportamento da população.
Não se constróem mais prédios ou casas sem levar em consideração o comprador, suas condições, valores, idéias, tudo aquilo que o faz optar por uma ou outra moradia. Pode ser o lugar, o aspecto, o preço ou, muito freqüentemente, a soma de tudo isso.
Todos os passos importantes na comercialização de um produto, desde sua criação até sua campanha publicitária e distribuição, repousam em pesquisas de opinião e comportamento. Procura-se saber quem compra determinado produto, os hábitos desse comprador, sua faixa salarial, quanto do orçamento doméstico ele está disposto a dedicar a esse bem, e assim por diante.
Quando um fabricante quer lançar um novo tipo de margarina, por exemplo, efetua uma série de pesquisas para determinar qual é o comprador típico de margarina e o que é mais importante para ele. Procura averiguar como competir com os produtos assemelhados já existentes. Inúmeros fatores podem levar o consumidor a uma escolha entre produtos equivalentes: o preço, a qualidade, a embalagem, entre outros.
Resumindo, não se “atira no escuro”. A sociedade tem características que precisam ser conhecidas para que aqueles que nela atuam tenham sucesso. Não existe, portanto, nenhum setor da vida onde os conhecimentos sociológicos não sejam de ampla utilidade. E essa certeza perpassa hoje toda a linguagem dos meios de comunicação e toda a atuação profissional das pessoas. É por isso que a sociologia faz parte dos programas universitários que preparam os mais diversos profissionais — de dentistas a engenheiros — e por isso também o sociólogo hoje tem entrada nas mais diversas companhias e instituições.
Daí decorre a afirmação, hoje quase unânime, de que a sociologia é uma ciência que se define não por seu objeto de estudo mas por sua abordagem, isto é, pela forma como pesquisa, analisa e interpreta os fenômenos sociais.
Dizer que o “objeto da sociologia é a sociedade” é dar ao cientista social um objeto sem limites precisos, amplo demais para que dele possa dar conta. Tudo que existe, desde que o homem se reconhece como tal, existe em sociedade. Portanto, não é por fazer parte da sociedade, ou de um meio social, que um fato se torna objeto de pesquisa sociológica. Um fenômeno é sociológico quando sobre ele se debruça o sociólogo, tentando entendê-lo no que diz respeito às relações entre os homens e às influências sociais de seu comportamento.

Desafios da Sociologia hoje: ( texto 03 )

O capitalismo vive hoje, no século XX, uma profunda reestruturação que está exigindo dos cidadãos, dos governos e das nações uma revisão completa não só de conceitos como dos mecanismos de funcionamento da sociedade. Uma análise de todos os aspectos que a compõem, como o sistema produtivo, as relações de trabalho, o exercício do poder político, o papel do cidadão, da ciência e da tecnologia, os direitos e deveres de cada setor social ou classe, os problemas sociais referentes a essas mudanças e assim por diante.
Essa reestruturação torna mais necessário ainda desenvolver a capacidade de entender e projetar o rumo dos acontecimentos. Se essa já era uma exigência do mercado livre, ou seja, não-planejado, que se desenvolvia com base em determinados padrões de comportamento social, a sociedade contemporânea, globalizada e competitiva, exige um redimensionamento desses padrões.
O mundo contemporâneo — ou pós-clássico, como o chamam alguns, entre eles George Steiner — exige a retomada e a análise de conceitos consagrados, como divisão social do trabalho, Estado nacional e democracia. Uma sociedade de quatrocentos anos se transforma radicalmente, por um lado aproximando grupos sociais distintos ou, por outro, introduzindo diferenças em comunidades anteriormente integradas. Novas posições surgem, enquanto antigos conflitos — como a Guerra Fria — são abandonados.
Valores básicos da sociedade capitalista — como o trabalho — são deixados em segundo plano, enquanto o lazer e o consumo se transformam em regras sociais.
Enfim, é hora e vez de repensar os padrões, as regularidades que ordenam a vida social e hierarquizá-los. Nesse contexto a ciência da sociedade ganha nova importância e se confronta com novos desafios.
ATIVIDADE
Após a leitura dos textos, escolha umas das temáticas abordadas e desenvolva um comentário. 15 linhas.

ESTRATIFICAÇÃO SOCIAL

TEXTO APLICADO AO 2º ANO

ESTRATIFICAÇÃO SOCIAL - TEXTO 02

A estratificação social indica a existência de diferenças, de desigualdades entre pessoas de uma determinada sociedade. Ela indica a existência de grupos de pessoas que ocupam posições diferentes.
São três os principais tipos de estratificação social:

Estratificação econômica: baseada na posse de bens materiais, fazendo com que haja pessoas ricas, pobres e em situação intermediária;
Estratificação política: baseada na situação de mando na sociedade (grupos que têm e grupos que não têm poder);
Estratificação profissional: baseada nos diferentes graus de importância atribuídos a cada profissional pela sociedade. Por exemplo, em nossa sociedade valorizamos muito mais a profissão de advogado do que a profissão de pedreiro.
A estratificação social é a separação da sociedade em grupos de indivíduos que apresentam características parecidas, como por exemplo: negros, brancos, católicos, protestantes, homem, mulher, pobres, ricos, etc.
A estratificação é fruto das desigualdades sociais, ou seja, existe estratificação porque existem desigualdades.

Podemos perceber a desigualdade em diversas áreas:
Oportunidade de trabalho
Cultura / lazer
Acesso aos meios de informação
Acesso à educação
Gênero (homem/mulher)
Raça
Religião
Economia (rico/pobre)
A estratificação social esteve presente em todas as épocas: desde os primeiros grupos de indivíduos (homens das cavernas) até nossos tempos. Ela apenas mudou de forma, de intensidade, de causas. A Revolução Industrial e a transformação dos sistemas econômicos contribuíram para que as questões sobre a desigualdade social fossem melhor visualizadas, discutidas e percebidas, principalmente depois do advento do capitalismo, tornando-as mais evidentes. Umas das características fundamentais que distingue nossa sociedade das antigas é a possibilidade de mobilidade social. Diferentemente da sociedade medieval na qual quem nascesse servo, morreria servo, e na qual não era possível lutar por direitos e por uma oportunidade de mudar de classe. Na sociedade ocidental contemporânea, por exemplo, isto já é possível, e a mobilidade social se dá especialmente como consequência dos investimentos em educação, dos investimentos de formação e capacitação para o trabalho, que podem vir tanto do Estado quanto da própria iniciativa social. Em muitas ocasiões, a mobilidade social pode ser reivindicada por meio de movimentos sociais que, em sua maioria, reivindicam legitimidade diante da posição marginal de poder em que se encontram na sociedade.


ESTRATIFICAÇÃO SOCIAL, MOBILIDADE SOCIAL E DESIGUALDADE SOCIAL

As desigualdades sociais são nitidamente perceptíveis no
nosso cotidiano. Basta sairmos às ruas para notar, de um lado, uma
grande massa de pessoas que, embora diferentes entre si, revelam
certa semelhança e, de outro, uma minoria que se destaca claramente
da grande massa. Essas diferenças aparecem, num primeiro plano,
vinculadas às coisas materiais, ou seja, à roupa que se usa, ao modo de
se locomover a pé ou de carro-, etc. Mas existem outras desigualdades
que não se expressam tão claramente: as que estão relacionadas com a
religião, com os conhecimentos, profissões, com o sexo ou a raça.

ESTRATIFICAÇÃO SOCIAL

l. As castas
O sistema de castas é uma das formas específicas de
organização social em muitos lugares e tempos. No mundo antigo,
temos uma série de exemplos da organização em castas (Grécia, China,
etc.). Mas é na índia que, temos a expressão mais acabada desse
sistema. Desde há muito, a Índia se organizou em um sistema de
castas, em que a hierarquização se dá com base na hereditariedade e
nas profissões. Esse sistema é muito rígido e fechado
Pode-se esquematizar a estratificação social indiana pela
seguinte pirâmide social de casta:
• brâmanes, sacerdotes e mestres da erudição sacra. A eles compete
preservar a ordem social sob a orientação divina.
• xátrias, guerreiros que formam a aristocracia militar; entre eles estão
governantes de origem principesca, que têm a função de proteger a
ordem social e o sagrado saber.
• váixás, a terceira grande casta, são os comerciantes, os artesãos, os
camponeses.
• sudras executam os trabalhos manuais e as ocupações servis de toda
espécie e constituem a casta mais baixa; é seu dever servir
pacificamente às três castas superiores.
• parías (abaixo da pirâmide social), grupo de miseráveis, sem direito a
quaisquer privilégios, sem profissão definida e que só inspiram asco e
repugnância às demais castas; vivem da piedade alheia; por serem
considerados impuros, não podem banhar-se no rio Ganges (o que é
permitido às outras castas), nem ler os Vedas, que são os livros Sagrados
dos hindus. Os párias aceitam o seu lugar na sociedade e se conformam
com a imutabilidade de sua situação (por mais desprezível e inferior que
seja) por acreditar na transmigração da alma, isto é, acreditam numa outra
vida, em que poderão ocupar uma posição social melhor.
O sistema de castas caracteriza-se por relações muito estanques, e
a posição dos indivíduos é definida pela herança, isto é, quem nasce numa
casta não tem como sair dela e passar para outra. Não há mobilidade nesse
sistema. Assim, a hereditariedade (transmissão da situação), a endogamia
(casamentos só no interior da casta), além da questão da alimentação (as
pessoas só podem se alimentar junto com os membros da sua própria casta e
com alimentos recomendados e preparados por ela mesma) e do fato de não
poder haver contato físico entre membros das castas inferiores e superiores,
são os elementos mais visíveis dessa relação.
Entretanto, há uma mudança. E isso acontece também no
sistema de castas. Alguns costumes, os ritos e as crenças dos
brâmanes, por exemplo, são adotados pelas castas inferiores.
Com a urbanização e a industrialização crescentes, e com a
introdução de padrões comportamentais ocidentalizados, tem levado
elementos oriundos de castas diferentes, os xátrias, os vaixás, a saírem da
índia para negociar, assim eles não são vistos como pertencente a uma
casta determinada, mas, com um indivíduo em negócio ou um diplomata.
O sistema de castas indiano sofreu algumas mudanças, e
atualmente, em que a questão da riqueza não tem uma relação direta
com a casta na qual se está inserido. Assim, um indivíduo de uma
casta inferior pode ter muitas posses, mas esses bens não o
introduzem numa casta superior nem lhe dão maior autoridade
dentro do sistema de castas, embora confira poder econômico,
trazendo-lhe outra forma de distinção(fora).
No final do século XX, os grandes centros, principalmente
Nova Délhi e Calcutá, a abolição desse sistema vem sendo processada
gradativamente. Entretanto, ele ainda é rígido nas aldeias. Por influência
da religião, o sistema de castas está arraigado no íntimo de cada hindu,
sendo difícil desmontá-lo.
Em teoria, o sistema de castas foi abolido oficialmente no país
em 1947. Basta, porém, andar pela Índia para constatar que o decreto
de 1947 nada significa socialmente. A lei das castas sociais persiste. Os
indianos das castas superiores não aceitam perder o privilégio,
submetendo os parias aos empregos mais subalternos, como
limpadores de fossas e lavadores de cadáveres.

2. OS ESTAMENTOS OU ESTADOS
Estamentos ou estado é uma camada social semelhante à casta,
porém mais aberta. Na sociedade estamental a mobilidade social vertical
ascendente é difícil, mas não impossível como na sociedade de castas.
Na sociedade feudal os indivíduos só muito raramente
conseguiam ascender socialmente. Essa ascensão era possível em alguns
casos: quando a Igreja recrutava, em certas ocasiões, seus membros
entre os mais pobres; quando os servos eram emancipados por seus
senhores; caso o rei conferisse um título de nobreza a um homem do
povo; ou, ainda, se a filha de um rico comerciante se casasse com um
nobre, tornando-se, assim, também membro da aristocracia. Eram
situações difíceis de acontecer; normalmente as pessoas permaneciam no
estamento em que haviam nascido.
A pirâmide social do estamento durante o feudalismo
apresentava-se da seguinte maneira: (l. nobreza a alto clero, 2.
comerciantes, adesões e baixo clero, 3. servos)
A possibilidade de mobilidade de um estamento para
outro existia, mas era muito controlada, ainda que factível - alguns
chegaram a conseguir títulos de nobreza, o que, no entanto, não
significava obter o bem maior, que era a terra. Ela era à base de toda
riqueza e poder na sociedade feudal, tornando os indivíduos livres e
poderosos. A propriedade da terra definia o prestígio e poder dos
indivíduos. Os que não a possuíam eram dependentes, econômica e
politicamente, além de socialmente inferiores.
O que explica, entretanto, a relação entre os estamentos é
sempre uma relação de reciprocidade. No caso da sociedade feudal,
existia sempre uma série de obrigações dos servos para com os
senhores (trabalho) edestes para com os servos (proteção), ainda que
camponeses e servos estivessem sempre em situação de inferioridade.
Sem nenhuma dúvida, a organização social baseada em
estamentos também produz, como na sociedade de castas, uma
situação de privilégio para alguns indivíduos. No caso da sociedade
estamental, os privilégios estavam diretamente ligados à honra e a terra.
Aqueles que dominavam (a nobreza e o clero) eram os que se situavam
melhor no código de honrarias que vigorava naquela sociedade.

3. AS CLASSES SOCIAIS
As classes sociais expressam, no sentido mais preciso, a forma
como as desigualdades se estruturam nas sociedades capitalistas.
KarI Marx foi quem procurou colocar no centro de sua análise a
questão das classes. Para ele, dependendo de cada situação histórica, pode-se
encontrar muitas classes no interior dessas sociedades. Entretanto, pelo
fato de serem capitalistas, isto é, de serem regidas por relações em que o
capital e o trabalho assalariado são dominantes, em que a propriedade privada
é o fundamento e o bem maior a ser preservado, pode-se afirmar que existem
duas classes fundamentais a burguesia (que personifica o capital) e o
proletariado (que personifica o trabalho assalariado).
Essa desigualdade se explica porque são diferentes as relações
que as pessoas mantêm com os elementos de produção (trabalho e meios
de produção). O prestígio social está associado às relações entre as
pessoas e os elementos da produção: os proprietários dos meios de
produção sempre gozam de maior prestígio social do que os trabalhadores.

MOBILIDADE SOCIAL

Mobilidade social é a mudança de posição social de uma
pessoa num determinado sistema de estratificação social.

Em maio de 1953, Lourenço Carvalho de Oliveira, nascido na
pequena aldeia de Vigia, no norte de Portugal, desembarcou no porto de
Santos, depois de onze dias de viagem na terceira classe do Vera Cruz. Em
sua terra deixara a mulher e três filhos pequenos, vivendo graças à
solidariedade de parentes e vizinhos. Foi morar de favor na casa de um
primo e arrumou emprego como ajudante num bar. Economizou muito,
mandou buscar a família e conseguiu, depois de anos de trabalho e
privações, abriu uma pequena venda em sociedade com um amigo. O
negócio foi crescendo: primeiro uma mercearia, depois um mercado, a
seguir outro e mais outro. Agora, 35 anos depois de chegar ao Brasil, o sr.
Lourenço é dono de uma grande rede de supermercados, tendo se tomado
um dos mais influentes membros da Associação Comercial. Seus filhos têm
curso superior e um deles é professor na Universidade de São Paulo.
Esse caso mostra que os indivíduos, numa sociedade
capitalista, estratificada em classes sociais, podem não ocupar um
mesmo status durante toda a vida. É possível que alguns deles, que
integram a camada de baixa renda (classe C), passem a integrar a de
renda média (classe B). Por outro lado, alguns indivíduos da camada de
alta renda (classe A), por algum acontecimento, podem ver sua renda
diminuída, passando a integrar a camada B ou C.

Tipos de mobilidade social

Vertical poder ser:
- ascendente(subida) - quando a pessoa melhora sua posição no
sistema de estratificação social, passando a integrar um grupo em geral
economicamente superior ao de seu grupo anterior;
- descentente(descida) - quando a pessoa piora sua posição no
sistema de estratificação social, passando a integrar um grupo em geral
economicamente inferior.

O filho de um operário que, pelo estudo, passa a fazer parte
da classe média é um exemplo de ascensão social. A falência e o
consequente empobrecimento de um comerciante, por outro lado, é um
exemplo de queda social.

HORIZONTAL
Uma pessoa que muda de posição dentro do mesmo grupo
social. Ex: Um jovem cientista(bolsista) que pretende ser um
dentista(prestigio e mais rendimentos). A situação mostra uma pessoa
que experimentou alguma mudança de posição social, mas que, apesar
disso, permaneceu na mesma classe social.


FACILIDADES, OPORTUNIDADES E RESTRIÇÕES.

O fenômeno da mobilidade social varia de sociedade para
sociedade. Em algumas sociedades ela ocorre de maneira mais fácil; em
outras, quase inexiste no sentido vertical ascendente. Em geral é mais fácil
ascender socialmente em São Paulo do que numa cidade do Nordeste.
A mobilidade social ascendente também é mais comum na
sociedade americana do que no Brasil. Esse tipo de mobilidade é mais
intenso numa sociedade aberta, democrática - como os Estados Unidos
-, do que numa sociedade aristocrática por tradição, como a Inglaterra.
Entretanto, é bom esclarecer que, numa sociedade capitalista
mais aberta, dividida em classes sociais, embora a mobilidade social vertical
ascendente possa ocorrer mais facilmente do que em sociedades fechadas,
ela não se dá de maneira igual para todos os indivíduos. A ascensão social
depende muito da origem de classe de cada indivíduo.
Alguém que nasce e vive numa camada social elevada tem
mais oportunidade e condições de se manter nesse nível, ascender
ainda mais e se sair melhor do que os originários das camadas
inferiores. Isso pode ser facilmente verificado no caso dos pretendentes
aos cursos universitários. Aqueles que desde o início de sua vida
escolar frequentaram boas escolas e, além disso, estudaram em
cursinhos preparatórios de boa qualidade têm mais possibilidade de
aprovação no vestibular das universidades não pagas, federais e
estaduais. É por isso que a maioria dos alunos das melhores
universidades são originários da classe média e da classe alta.
Alguém que nasce e vive numa camada social elevada tem mais
oportunidade e condições de se manter nesse nível, ascender ainda mais e
se sair melhor do que os originários das camadas inferiores.

FONTE: WIKIPÉDIA
PORTALIMPACTO.COM.BR


ATIVIDADE

01. (UFBA/2002) Leia o texto abaixo e indique a alternativa que você
considera correta:

DESIGUAIS NA VIDA E NA MORTE
Jurandir Freire Costa
A morte de Ayrton Senna comoveu o país. O desalento foi
geral. Independentemente do "big carnival" da mídia, todos perguntavam
o que Senna significava para milhões de brasileiros. Por que a perda
parecia tão grande? O que ia embora com ele?
Dias depois, uma mulher morreu atropelada na avenida das
Américas, Barra da Tijuca, Rio de Janeiro. Ficou esendinda na estrada
por duas horas. Como um "vira-lata", disse um jornalista horrorizado
com a cena! Nesse meio tempo, os carros passaram por cima do corpo,
esmagando-o de tal modo que a identificação só foi possível pelas
impressões digitais. Chamava-se Rosilene de Almeida, tinha 38 anos,
estava grávida e era empregada doméstica.
(...) pode-se dizer, de um lado, o sucesso, o dinheiro, a
excelência profissional, enfim tudo o que a maioria acha que deu certo e
deveria ser a cara do Brasil, do outro a desqualificação, o anonimato, a
pobreza e a promessa, na barriga, de mais uma vida severina.
O brasileiro quer ser visto como sócio do primeiro clube e não do
segundo. Senna era um sonho nacional, a imagem mesma da chamada classe
social "vencedora"; Rosilene era "o que só se é quando nada mais se pode
ser", e que, portanto, pode deixar de existir sem fazer falta. Luto e tristeza por
um; desprezo e indiferença por outro. Duas vidas brasileiras sem denominador
comum, exceto a desigualdade que as separa, na vida como na morte.
Folha S.Paulo, 1994, p.6-15.

A desigualdade apontada no texto acima é:

a) Decorrente das oportunidades que existem, onde uns conseguem
aproveitar e outros não.
b) Resultado das diferentes possibilidades de mobilidade social que
existem para os homens e as mulheres na nossa sociedade.
c) Resultado de relações sociais de exploração e da participação
desigual na apropriação da riqueza gerada pela sociedade.
d) Resultado da posição que as pessoas ocupam na hierarquização da
sociedade em função das atividades profissionais que possuem.
e) Resultado da maior capacidade intelectual e da aptidão pessoal de
alguns em relação a outros.

02. (UEL/2004) Em 1840, o francês Aléxis de Tocqueville, impressionado com o
que viu em viagem aos Estados Unidos, escreveu que nos EUA, "a qualquer
momento, um serviçal pode se tornar um senhor". Por sua vez, o escritor
brasileiro Luiz Fernando Veríssimo, autor de O analista de Bagé, disse, em 1999,
ao se referir à situação social no Brasil: "tem gente se agarrando a poste para não
cair na escala social e sequestrando elevador para subir na vida". As citações
anteriores se referem diretamente a qual fenômeno social?

a) Ao da estratificação, que diz respeito a uma forma de organização
que se estrutura por meio da divisão da sociedade em estratos ou
camadas sociais distintas, conforme algum tipo de critério estabelecido.
b) Ao de status social, que diz respeito a um conjunto de direitos e
deveres que marcam e diferenciam a posição de uma pessoa em suas
relações com as outras.
c) Ao dos papéis sociais, que se refere ao conjunto de comportamentos
que os grupos e a sociedade em geral esperam que os indivíduos
cumpram de acordo com o status que possuem.
d) Ao da mobilidade social, que se refere ao movimento, à mudança de
lugar de indivíduos ou grupos num determinado sistema de
estratificação.
e) Ao da massificação, que remete à homogeneização das condutas,
das reações, desejos e necessidades dos indivíduos, sujeitando-os às idéias e objetos veiculados pelos sistemas midiáticos.

03.Diferencie Estratificação Social de Mobilidade Social.

04. Quais os tipos de estratificação Social? Explique.

05. Desenhe a Pirâmide Social: das Classes Sociais, dos Estamentos e das Castas.

06. Relacione Estratificação com as Desigualdades Sociais.

07. “Umas das características fundamentais que distingue nossa sociedade das antigas é a possibilidade de mobilidade social.” Cite um exemplo para esta afirmativa.

08. Quais os tipos de Mobilidade Social?

09. “A mobilidade social ascendente também é mais comum na
sociedade americana do que no Brasil.” Explique .


Bons Estudos...

SENSO COMUM E CONHECIMENTO CIENTÍFICO

TEXTO APLICADO AO 1º ANO

SENSO COMUM E CONHECIMENTO CIENTÍFICO - TEXTO 02


SENSO COMUM No seu dia-a-dia, o homem adquire espontaneamente um modo de entender e atuar sobre a realidade. Algumas pessoas, por exemplo, não passam por baixo de escadas, porque acreditam que dá azar; se quebrarem um espelho, sete anos de azar. Algumas confeiteiras sabem que o forno não pode ser aberto enquanto o bolo está assando, senão ele "embatuma", sabem também que a determinados pratos, feitos em banho-maria, devem-se acrescentar umas gotas de vinagre ou de limão para que a vasilha de alumínio não fique escura. Como aprenderam estas informações? Elas foram sendo passadas de geração a geração. Elas não só foram assimiladas mas também transformadas, contribuindo assim para a compreensão da realidade. Assim, se o conhecimento é produto de uma prática que se faz social e historicamente, todas as explicações para a vida, para as regras de comportamento social, para o trabalho, para os fenômenos da natureza, etc., passam a fazer parte das explicações para tudo o que observamos e experienciamos. Todos estes elementos são assimilados ou transformados de forma espontânea. Por isso, raramente há questionamentos sobre outras possibilidades de explicações para a realidade. Acostumamo-nos a uma determinada compreensão de mundo e não mais questionamos; tornamo-nos "conformistas de algum conformismo". São inúmeros os exemplos presentes na vida social, construídos pelo "ouvi dizer", que formam uma visão de mundo fragmentada e assistemática. Mesmo assim, é uma forma usada pelo homem para tentar resolver seus problemas da vida cotidiana. Isso tudo é denominado de senso comum ou conhecimento espontâneo. Portanto, podemos dizer que o senso comum é o conhecimento acumulado pelos homens, de forma empírica, porque se baseia apenas na experiência cotidiana, sem se preocupar com o rigor que a experiência científica exige e sem questionar os problemas colocados justamente pelo cotidiano. Portanto, é também um saber ingênuo uma vez que não possui uma postura crítica. "Em geral, as pessoas percebem que existe uma diferença entre o conhecimento do homem do povo, às vezes até cheio de experiências, mas que não estudou, e o conhecimento daquele que estudou determinado assunto. E a diferença é que o conhecimento do homem do povo foi adquirido espontaneamente, sem muita preocupação com método, com crítica ou com sistematização. Ao passo que o conhecimento daquele que estudou algo foi obtido com esforço, usando-se um método, uma crítica mais pensada e uma organização mais elaborada dos conhecimentos."(LARA, p 56, 1983). Porém, é importante destacar que o senso comum é uma forma válida de conhecimento, pois o homem precisa dele para encaminhar, resolver ou superar suas necessidades do dia-a-dia. Os pais, por exemplo, educam seus filhos mesmo não sendo psicólogos ou pedagogos, e nem sempre os filhos de pedagogos ou psicólogos são melhor educados. O senso comum é ainda subjetivo ao permitir a expressão de sentimentos, opiniões e de valores pessoais quando observamos as coisas à nossa volta. Por exemplo: a) se uma determinada pessoa não nos agrada, mesmo que ela tenha um grande valor profissional, torna-se difícil reconhecer este valor. Neste caso, a antipatia por esta determinada pessoa nos impede de reconhecer a sua capacidade;b) os hindus consideram a vaca um animal sagrado, enquanto nós, ocidentais, concebemos este animal apenas como um fornecedor de carne, leite, etc. Por essa razão os consideramos ignorantes e ridículos, pois tendemos a julgar os povos, que possuem uma cultura diferente da nossa, a partir do nosso entendimento valorativo.Levando-se em conta a reflexão feita até aqui, podemos considerar o senso comum como sendo uma visão de mundo precária e fragmentada. Mesmo possuindo o seu valor enquanto processo de construção do conhecimento, ele deve ser superado por um conhecimento que o incorpore, que se estenda a uma concepção crítica e coerente4 e que possibilite, até mesmo, o acesso a um saber mais elaborado, como as ciências sociais. CONHECIMENTO CIENTÍFICO Os Gregos, na antigüidade, buscavam através do uso da razão, a superação do mito ou do saber comum. O avanço na produção do conhecimento, conseguido por esses pensadores, foi estabelecer vínculo entre ciência e pensamento sistematizado (filosofia, sociologia...), que perdurou até o início da Idade Moderna. A partir daí, as relações dos homens tornaram-se mais complexas bem como toda a forma de produzir a sua sobrevivência. Gradativamente, houve um avanço técnico e científico, como a utilização da pólvora, a invenção da imprensa, a Física de Newton, a Astronomia de Galileu, etc. Foi no início do século XVII, quando o mundo europeu passava por profundas transformações, que o homem se tornou o centro da natureza (antropocentrismo). Acompanhando o movimento histórico, ele mudou toda a estrutura do pensamento e rompeu com as concepções de Aristóteles, ainda vigentes e defendidas pela Igreja, segundo as quais tudo era hierarquizado e imóvel, desde as instituições e até mesmo o planeta Terra. O homem passou, então, a ver a natureza como objeto de sua ação e de seu conhecimento, podendo nela interferir. Portanto, podia formular hipóteses e experimentá-las para verificar a sua veracidade, superando assim as explicações metafísicas e teológicas que até então predominavam. O mundo imóvel foi substituído por um universo aberto e infinito, ligado a uma unidade de leis. Era o nascimento da ciência enquanto um objeto específico de investigação, com um método próprio para o controle da produção do conhecimento.Portanto, podemos afirmar que o conhecimento científico é uma conquista recente da humanidade, pois tem apenas trezentos anos. Ele transformou-se numa prática constante, procurando afastar crenças supersticiosas e ignorância, através de métodos rigorosos, para produzir um conhecimento sistemático, preciso e objetivo que garanta prever acontecimento e agir de forma mais segura. Sendo assim, o que diferencia o senso comum do conhecimento científico é o rigor. Enquanto o senso comum é acrítico, fragmentado, preso a preconceitos e a tradições conservadoras, a ciência preocupa-se com as pesquisas sistemáticas que produzam teorias que revelem a verdade sobre a realidade, uma vez que a ciência produz o conhecimento a partir da razão. Desta forma, o cientista, para realizar uma pesquisa e torná-la científica, deve seguir determinados passos. Em primeiro lugar, o pesquisador deve estar motivado a resolver uma determinada situação-problema que, normalmente, é seguida , por algumas hipóteses. Usando sua criatividade, o pesquisador deve observar os fatos, coletar dados e então testar suas hipóteses, que poderão se transformar em leis e, posteriormente, ser incorporadas às teorias que possam explicar e prever os fenômenos. Porém, é fundamental registrar que a ciência não é somente acumulação de verdades prontas e acabadas. Neste caso, estaríamos refletindo sobre cientificismo e não ciência, mas tê-la como um campo sempre aberto às novas concepções e contestações sem perder de vista os dados, o rigor e a coerência e aceitando, que, o que prova que uma teoria é científica é o fato de ela ser falível e aceitar ser refutada. O CONHECIMENTO CIENTÍFICO PARA AUGUSTE COMTE Para Comte, o conhecimento científico é, baseado na observação dos fatos e nas relações entre fatos que são estabelecidas pelo raciocínio. Estas relações excluem tentativas de descobrir a origem, ou uma causa subjacente aos fenômenos, e são, na verdade, a descrição das leis que os regem. Comte afirma: "Nossas pesquisas positivas devem essencialmente reduzir-se, em todos os gêneros, à apreciação sistemática daquilo que é, renunciando a descobrir sua primeira origem e seu destino final". O conhecimento científico positivo, que estabelece as leis que regem os fenômenos de forma a refletir o modo como tais leis operam na natureza, tem, para Comte, ainda, duas características: é um conhecimento sempre certo, não se admitindo conjecturas, e é um conhecimento que sempre tem algum grau de precisão. Assim, Comte reforça a noção de que o conhecimento científico é um conhecimento que não admite dúvidas e indeterminações e desvincula-o de todo conhecimento especulativo. "Se, conforme a explicação precedente, as diversas ciências devem necessariamente apresentar uma precisão muito desigual, não resulta daí, de modo algum, sua certeza. Cada uma pode oferecer resultados tão certos como qualquer outra, desde que saiba encerrar suas conclusões no grau de precisão que os fenômenos correspondentes comportam, condição nem sempre fácil de cumprir. Numa ciência qualquer, tudo o que é simplesmente conjectural é apenas mais ou menos provável, não está aí seu domínio essencial; tudo o que é positivo. isto é, fundado em fatos bem constatados, é certo - não há distinção a esse respeito". CIÊNCIA E VIDA O termo ciência vem do latim, scientia, de sciens, conhecimento, sabedoria. É um corpo de doutrina, organizado metodicamente que constitui uma área do saber e é relativo a determinado objeto. O que caracteriza cada ciência é seu objeto formal, ou seja, a coisa observada, porém, o desdobramento dos objetos do saber científico caminhou progressivamente para a especialização das ciências (ato que marcou sobremaneira o século XIX com o advento da técnica e da industrialização). Isto culminaria na perda da visão totalitária do se4r e na sua conseqüente fragmentação. O saber científico necessita de objetividade, na busca da verdade, e também deve possuir método próprio, responsável pelo cumprimento de um plano para a observação e a verificação de qualquer matéria. Entretanto, esse caráter objetivo da ciência, que corresponde aos dados e variáveis coletados, traz consigo uma gama irrestrita de pensamentos, teorias e paradigmas que nos remete para a reflexão bioantropológica do conhecimento, bem como para a reflexão das teorias nos aspectos culturais, sociais e históricos. Não se pode perder de vista que o cientista que investiga as ciências é um ser humano falível e é preciso que as ciências se questionem acerca de suas estruturas ideológicas. Nesse contexto, a questão "O que é ciência?" ainda não conta com uma resposta científica, considerando que todas as ciências, incluindo as físicas e biológicas, são também sociais. Portanto, têm origem, enraizamento e componente biofísico, o que seu campo de estudo procura renegar, na tentativa de expressar, através de sua especialização, a estrutura do pensamento linear do conhecimento científico. Ou seja, a ciência, com suas teorias e metodologias "salvadoras", não dispõe da habilidade de refletir-se para o autoconhecimento. Dessa forma, não é científico tentar definir as fronteiras da ciência. Não é científico, porque não é seguro, e qualquer pretensão em fazê-lo tornar-se-ia irresponsável.

Fonte: PALESTRA - RENATO RODRIGUES disponível em: http://www.sle.br/

ATIVIDADE

1. Fale sobre a importância do senso comum.
2. Como os Gregos na Antiguidade buscavam explicações para seus qustionamentos?
3. Explique Antropocêntrismo.
4. Segundo o texto, qual era a visão de Aristóteles?
5. Descreva o nascimento da Ciência, baseado na leitura do texto.
6. Cite diferenças básicas entre senso comum e ciência.
7. Quais são os passos que o cientista deve seguir para tornar uma pesquisa científica?
8. A ciência é um acumulo de "verdades absolutas"? Explique sua resposta.
9. Para você, o que é ciência?
10. Procure no senso comum e na ciência as causas e os tratamentos para as seguintes enfermidades: gripe, gastrite, pedra nos rins e frieira.

Bons estudos...

O CONCEITO DE "MODO DE PRODUÇÃO" EM KARL MARX

TEXTO APLICADO AO 2ºANO

O CONCEITO DE "MODO DE PRODUÇÃO" EM KARL MARX - TEXTO 01


Por "Modo de Produção", devemos entender a maneira como se organiza o processo pelo qual o homem age sobre a natureza material para satisfazer as suas necessidades. “Produzir é (…) trabalhar”, pondo “em movimento forças” que ajam sobre a natureza (p.67). Estas forças variam com a história e com a sociedade. O trabalho é assim não só “um processo (…) entre um homem e a natureza” mas “supõe uma forma de sociedade” realizando-se em certas “condições sociais”, as “relações sociais de produção”.

Relações de Produção:( Capitalista)

Ao modo de produção capitalista corresponde essencialmente uma relação social “entre duas classes”. Destas, uma [a burguesia], por ter o “monopólio dos meios de produção e do dinheiro”, explora a outra [a classe trabalhadora], que não é proprietária de nada exceto a sua “força de trabalho” que se vê forçada a vender.
O “objetivo da produção” é aqui o objetivo da burguesia: a criação de mais-valia para a acumulação privada de capital, não a satisfação das necessidades da maioria dos membros da sociedade.

Segundo Karl Marx, “...na produção social da sua vida, os homens entram em determinadas relações, necessárias, independentes da sua vontade, relações de produção que correspondem a uma determinada etapa de desenvolvimento das suas forças produtivas materiais” (Marx, Engels, Obras Escolhidas, tomo I, pg. 530, Edições “Avante”, 1982)


Quaisquer que elas sejam, as relações de produção assumem as três funções seguintes:


-determinar a forma social do acesso às fontes e ao controlo dos meios de produção;
-redistribuir a força de trabalho social entre os diversos processos de trabalho que produzem a vida material, organizam e descrevem esse processo;
-determinar a forma social de divisão, redistribuição dos produtos do trabalho individual e coletivo e, por essa via, as formas de circulação ou não circulação desses produtos.


Meios de Produção


Os meios de trabalho incluem os "instrumentos de produção" (máquinas, ferramentas), as instalações (edifícios, armazéns, silos etc), as fontes de energia utilizadas na produção (elétrica, hidráulica, nuclear, eólica etc.) e os meios de transporte


Mais-valia


Marx chamou de mais-valia a diferença entre o valor adicionado pelos trabalhadores (incorporado às mercadorias produzidas) e o salário que recebem. A mais-valia definida desta maneira é em tudo semelhante ao trabalho gratuito que escravos ou servos entregavam a seus senhores. É uma forma disfarçada de transferência de um excedente para a classe dominante.
A mais-valia é a base para os lucros, os juros das aplicações financeiras e para todas as formas de rendimentos vinculados à propriedade. A apropriação da mais-valia é o fundamento da divisão das classes sociais no capitalismo.


Alienação


O homem, através da alienação torna-se estranho a ele mesmo; não se reconhece a si mesmo; o trabalho o tornou estranho; aquilo que produz lhe é estranho; a atividade tornou-se massificante, penosa, desgostosa por que ela tornou-se exclusivamente um meio de subsistência. A alienação, segundo Marx, "é situação resultante dos fatores materiais dominantes da sociedade, e por ele caracterizada sobretudo no setor capitalista, em que o trabalho do homem se processa de modo a produzir coisas que imediatamente são separadas dos interesses e do alcance de quem as produziu, para se transformarem indistintamente em mercadorias".


Bibliografia

Rebeldia2.blogspot.com
Wikipedia.org
Pstu.org.br
Rubedo.psc.br


QUESTIONÁRIO

1. Defina modo de produção e trabalho segundo Marx.
2. Como se caracteriza as relações de produção no sistema capitalista? E qual o objetivo da Burguesia nessa relação?
3. O que você entende quando Marx afirma que as Relações de Produção são necessárias mas, não da vontade do homem?
4. Quais as funções das relações de produção?
5. O que são os Meios de Produção?
6. Defina Mais-Valia.
7. Defina Alienação dentro do sistema de produção.
Os Meios de Produção
Rodrigo Constantino“The mind is like a parachute - it´s only good when it´s open.” (Richard Driehaus)Viver em um país sui generis como o Brasil, onde idéias marxistas ainda encontram forte eco, é um teste de paciência e tanto. Explicar, através da razão, os absurdos presentes nas principais idéias de Marx, ainda mais nos tempos modernos, é praticamente inútil, já que o marxismo é como uma religião dogmática. Para os marxistas, existem fundamentalmente apenas duas classes: os proprietários dos meios de produção, como fábricas, máquinas e matéria-prima, que são os capitalistas; e a classe que não dispõe dos meios de produção, compelidos então a vender sua força de trabalho, que são os proletários. Os capitalistas, na busca pelo acúmulo de capital, seriam exploradores dos proletários, segundo esta ótica. Podemos dar algum desconto a Marx pelo contexto histórico em que ele pariu suas idéias, ainda que isso não seja totalmente justificável, já que vários outros autores, mesmo vivendo na mesma época, enxergaram muito melhor a realidade. Mas para os marxistas da atualidade, simplesmente não há atenuante algum. O mundo moderno deixa bastante evidente que essa divisão simplista feita por Marx não faz o menor sentido. A figura do capitalista dono dos meios físicos de produção é cada vez mais ultrapassada, cedendo lugar para um mundo de trabalhadores donos dos seus próprios negócios, acionistas pulverizados controlando as empresas, e a mente como principal meio de produção numa sociedade pós-industrial, focada em serviços. Quem é o dono da Coca-Cola? São milhões de investidores do mundo todo, sendo que o maior deles não chega a ter 5% do capital da empresa. Eis a realidade para a maciça maioria das empresas americanas. Através dos fundos de pensão, os próprios trabalhadores são os principais acionistas das empresas. O proletariado tomou conta do capital, pelas vias capitalistas.Se o patrão sempre explora o trabalhador, com qual critério devemos julgar os salários dos diretores das empresas americanas, alguns milionários? Um CEO de uma importante empresa não deixa de ser um assalariado que responde aos interesses dos seus acionistas. Pela ótica marxista, ele seria um explorado. Por outro lado, um sujeito que tivesse uma birosca usando um único assistente como funcionário seria um capitalista explorador. Afinal de contas, não é o valor do salário que define a exploração segundo Marx, mas sim o seu conceito bizarro de “mais-valia”. Logo de cara, fica claro que esse conceito é completamente furado.Fora isso, o que seriam os meios de produção no mundo atual? As idéias têm mais valor que quaisquer máquinas facilmente replicáveis. Vivemos na era do capital intelectual, onde uma dupla de nerds em uma garagem pode ameaçar a posição de liderança de uma empresa gigante e estabelecida. O financiamento não falta, pois o mercado financeiro avançado gera infinitas possibilidades para os novos empreendedores, na eterna busca por maiores retornos. Com uma boa idéia, praticamente qualquer um pode correr atrás do sucesso, assumindo que estamos num ambiente capitalista de livre competição. E não faltam exemplos para comprovar isso, como o caso da Google, do YouTube ou mesmo da Microsoft. Esta tem um valor de mercado de quase US$ 300 bilhões, abaixo apenas da General Electric e Exxon Mobil. Mas nem sempre foi assim, e a gigante da informática começou bem pequena. Tinha a seu favor boas idéias e um excelente capital humano. Não foi necessário o controle sobre a pá e a enxada. A soma do ativo imobilizado das 20 maiores empresas americanas não-financeiras está em torno dos US$ 700 bilhões. O valor de mercado delas soma algo como US$ 3,5 trilhões. Logo, essas empresas valem no mercado umas cinco vezes o valor que possuem em ativo imobilizado, como máquinas, prédios e fábricas. Mas quando analisamos o caso das empresas mais recentes, normalmente de tecnologia, a proporção é totalmente diferente. A Microsoft vale 90 vezes o que possui de ativo imobilizado. A Cisco vale quase 50 vezes o que tem de imobilizado. E a Google, que tem um valor de mercado próximo dos US$ 150 bilhões, possui pouco mais de US$ 2 bilhões em ativos imobilizados, levando a uma proporção de quase 70 vezes. Será que importa tanto assim quem detém os meios de produção como máquinas e fábricas? Num mundo onde o verdadeiro meio de produção é a mente, as máquinas não desfrutam de tanto valor assim. Para isso ficar bem claro, basta imaginar o que iria ocorrer com essas empresas caso mentecaptos assumissem o controle. A bancarrota seria questões de meses, quiçá dias. Os marxistas, os políticos, os sindicalistas, todos esses gostam de abusar da retórica e dos chavões sensacionalistas. Vendem a falsa idéia de que os empresários são ricos porque controlam os meios físicos de produção e com isso exploram os trabalhadores. No entanto, fossem os meios de produção, como máquinas e fábricas, realmente passados para o poder deles, atuando como “representantes” do proletariado, a miséria seria o único resultado possível. A União Soviética é um bom exemplo disso, já que mesmo com tantos recursos naturais não conseguiu produzir nada além de terror e miséria. Afinal, essa turma pode entender do uso de apelo emocional para incitar revoluções destrutivas, mas não sabe como gerar riqueza. E a riqueza não é gerada automaticamente pelos meios físicos de produção. Ela é criada pela ferramenta mais poderosa que os homens possuem: a mente. Como disse F. Scott Fitzgerald, “genialidade é a habilidade de colocar em prática aquilo que está em sua mente”. Não são muitos que conseguem chegar lá. Felizmente, alguns conseguem. São os empresários que, munidos do meio de produção intangível chamado “mente”, geram tanta riqueza para a humanidade.

# by Rodrigo Constantino

sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

Senso Comum - Conhecimento Popular

TEXTO APLICADO AO 1° ANO

O que é o senso comum ? TEXTO 01

Na nossa vida cotidiana necessitamos de um conjunto muito vasto de conhecimentos, relacionados com a forma como a realidade em que vivemos funciona: temos que saber como tratar as pessoas com as quais nos relacionamos, temos que saber como nos devemos comportar em cada uma das circunstâncias em que nos situamos no nosso dia-a-dia: a forma como nos comportamos em nossa casa é diferente da forma como nos comportamos numa repartição pública, numa balada, num cinema, na escola, etc. Estamos também rodeados de sistemas de transporte, de informação, de aparelhos diversos, com os quais temos que saber lidar. De fato, para apanharmos uma ônibus, por exemplo, temos que saber muitas coisas: o que é um ônibus e a sua função, como se entra num terminal, como se compra a passagem, como devemos esperar o ônibus, etc.
Estes conhecimentos, no seu conjunto, formam um tipo de saber a que se chama senso comum.
O senso comum é um saber que nasce da experiência quotidiana, da vida que os homens levam em sociedade. É, assim, um saber acerca dos elementos da realidade em que vivemos; um saber sobre os hábitos, os costumes, as práticas, as tradições, as regras de conduta, enfim, sobre tudo o que necessitamos para podermos orientar-nos no nosso dia-a-dia: como comer à mesa, acender a luz de uma sala, ligar a televisão, como fazer uma chamada telefônica, apanhar um táxi, o nome das ruas da localidade onde vivemos, etc.,etc...
É, por isso, um saber informal, que se adquire de uma forma natural (espontâneo), através do nosso contato com os outros, com as situações e com os objectos que nos rodeiam. É um saber muito simples e superficial, que não exige grandes esforços, ao contrário dos saberes formais (tais como as ciências) que requerem um longo processo de aprendizagem escolar.
O senso comum adquire-se quase sem se dar conta, desde a mais tenra infância e, apesar das suas limitações, é um saber fundamental, sem o qual não conseguiríamos nos orientar na nossa vida cotidiana.
Sendo assim, torna-se facilmente compreensível que todos os homens possuam senso comum, mas este varia de sociedade para sociedade e, mesmo dentro duma mesma sociedade, varia de grupo social para grupo social ou, também, por exemplo, de grupo profissional para grupo profissional.
Mas, sendo imprescindível, o senso comum não é suficiente para nos compreendermos a nós próprios e ao mundo em que vivemos, pois se na nossa reflexão sobre a nossa situação no mundo, nos ficarmos pelos dados do senso comum, por assim dizer os dados mais básicos da nossa consciência natural, facilmente caímos na ilusão de que as coisas são exatamente , aquilo que parecem, nunca nos chegando a aperceber que existe uma radical diferença entre a aparência e a realidade. Somos, imperceptivelmente, levados a consolidar um conjunto solidário de certezas, das quais, como é óbvio, achamos ser absurdo duvidar (chama-lhes "crenças silenciosas"): temos a certeza de que existimos, de que as coisas que nos rodeiam existem, que aquilo que nos acontece é irrefutável, etc...
Contudo essas certezas são questionáveis, pois se baseiam em aparências. E há muitas aparências que se nos impõem com uma força quase irresistível, por exemplo: aparentemente o Sol move-se no céu (não é verdade que esta foi uma convicção aceita, durante muitos séculos, pela comunidade científica?). Podemos mesmo aprender a medir o tempo a partir desse movimento aparente. Mas, na realidade, esse movimento aparente do Sol é gerado pelo movimento de rotação da terra.
Mas esta distinção entre aparência e realidade, da qual não nos podemos libertar por causa da nossa natureza (ou melhor, da constituição dos nossos órgãos sensoriais e do nosso sistema nervoso), está dependente da diferença que existe entre o conhecimento sensível e o conhecimento racional.
O conhecimento que temos através dos sentidos é forçosamente incompleto e filtrado, pois os nossos órgãos receptores só são estimulados por determinados fenómenos físicos, deixando de lado um campo quase infinito de possíveis estímulos (por exemplo, os nossos olhos não captam quer a radiação infravermelha, quer a radiação ultravioleta, ao passo que há seres vivos que o podem fazer, o mesmo se passando com os ultra-sons). É portanto inquestionável que não conhecemos, sensorialmente, a realidade tal como ela é.
Sendo assim, os sentidos parece que nos enganam, pois os dados que nos fornecem acerca da realidade são insuficientes para alcançarmos um conhecimento verdadeiro, ou objetivo, da mesma.
Por isso a Razão permite-nos alcançar conhecimentos que nunca poderíamos alcançar através dos sentidos.

As principais características do senso comum

Caráter empírico – o senso comum é um saber que deriva diretamente da experiência quotidiana, não necessitando, por isso de uma elaboração racional dos dados recolhidos através dessa experiência.

Caráter acrítico – não necessitando de uma elaboração racional, o senso comum não procede a uma crítica dos seus elementos, é um conhecimento passivo, em que o indivíduo não se interroga sobre os dados da experiência, nem se preocupa com a possibilidade de existirem erros no seu conhecimento da realidade.

Caráter assistemático – o senso comum não é estruturado racionalmente, tanto ao nível da sua aquisição, como ao nível da sua construção, não existe um plano ou um projeto racional que lhe dê coerência.

Caráter ametódico – o senso comum não tem método, ou seja, é um saber que não segue nenhum conjunto de regras formais. Os indivíduos adquirem-no sem esforço e sem estudo. O senso comum é um saber que nasce da sedimentação casual da experiência captada ao nível da experiência quotidiana.

Caráter aparente ou ilusório – Como não há a preocupação de procurar erros, o senso comum é um conhecimento que se contenta com as aparências, formando por isso, uma representação ilusória, "deturpada e falsa", da realidade.

Caráter coletivo – O senso comum é um saber partilhado pelos membros de uma comunidade, permitindo que os indivíduos possam cooperar nas tarefas essenciais à vida social.

Carácter subjetivo – O senso comum é subjectivo, porque não é objectivo: cada indivíduo vê o mundo à sua maneira, formando as suas opiniões, sem a preocupação de as testar ou de as fundamentar num exame isento e crítico da realidade.

Caráter superficial – O senso comum não aprofunda o seu conhecimento da realidade, fica-se pela superfície, não procurando descobrir as causas dos acontecimentos, ou seja, a sua razão de ser que, por sua vez, permitiria explicá-los racionalmente.

Caráter particular – o senso comum não é um saber universal, uma vez que se fica pela aquisição de informações muito incompletas sobre a realidade ( por isso também se diz que ele é fragmentário ), não podendo, assim, fazer generalizações fundamentadas.

Caráter prático e utilitário – O senso comum nasce da prática quotidiana e está totalmente orientado para o desempenho das tarefas da vida quotidiana, por isso as informações que o compõem são o mais simples e directas possível.

Texto complementar:

"O senso comum é um saber que está presente em todas as sociedades e em todos os indivíduos (todos são dotados de senso comum). Mas o senso comum é plural, variando de sociedade para sociedade e modificando-se com o decorrer dos tempos.
O senso comum, enquanto princípio de sociabilidade, constitui o acordo mínimo exigível para que qualquer sociedade funcione como tal; ele assegura a coesão indispensável para que se possa falar de comunidade e de vida colectiva.
Ele é princípio de equilibração, essencial a toda a sociedade, entre a dimensão do indivíduo e a dimensão do coletivo ou dito de outra forma, da sujeição do indivíduo às normas da vida coletiva.
O senso comum é também o senso tradicional. Costumamos dizer: "sempre foi assim" para justificar um procedimento que nos criticam. ( comentar )
O senso comum transporta e naturaliza um conjunto de convenções implícitas ou intrínsecas ao agir humano coletivamente dimensionado. Neste sentido, ele é conducente ou solidário de uma aceitação que assinala uma passividade inerente e indispensável face às exigências práticas e pragmáticas da vida. Como se adquire o senso comum? Ele é fruto da aprendizagem e educação que espontânea e/ou institucionalmente recebemos enquanto membros de uma comunidade." (comentar )
José Manuel Girão e Rui Alexandre Grácio
Fonte:
www.espanto.info

ATIVIDADE

A partir da leitura do texto sobre Senso Comum, responda:
O que você entende por Senso comum?
Cite um exemplo.
Quais são suas características?
Cite um ditado popular.
Leia o Texto Complementar e comente com suas palavras, as frases que estão em destaque.
Senso comum e ciência são conhecimentos contraditórios? Explique.